terça-feira, 22 de janeiro de 2013


Cães na Busca e Resgate
Grupamento de Busca e Resgate – Sul Paulista

Não é de hoje que os seres humanos fazem uso das habilidades especiais dos cães. Não são poucas as raças desses animais que foram moldadas especificamente para determinadas funções; dentre elas estão as raças de cães de faro. Originalmente usados para a caça, estes animais puderam ser adaptados em suas funções e utilizados para discriminar e localizar odores específicos, no caso da busca e resgate, os odores humanos.
Durante todo o tempo, “derrubamos” células de nossos corpos. Os cães, por sua vez, podem perceber, através do olfato, a presença dessas células, diferenciando seu grau de concentração no ambiente e discriminando células de duas ou mais pessoas. Dotados do treinamento específico estes animais podem auxiliar na localização de pessoas, chegando a indicar, com precisão, um individuo em meio a um grande grupo. Em ambientes rurais ou silvestres o trabalho é inigualável, conduzindo o grupo de resgate pela trilha exata até a vitima ou mesmo indicando que aquela área não é promissora para as buscas. O mesmo pode ocorrer em ambientes urbanos ou no apoio ao trabalho investigativo criminal. Os odores do criminoso podem ser detectados pelo cão que fará a localização e indicação do mesmo.
A atividade no Brasil
Em diversos países essa é uma atividade rotineira, sendo que entidades públicas e privadas se dedicam a formação de cães e condutores para esse fim. No Brasil são raríssimos os casos e a explicação para isso é facilmente encontrada: não há quem o faça, ou, não havia.
Em julho de 2004, a psicanalista Ana Beatriz Albernaz, foi convidada à participar de um curso de formação de treinadores de cães de busca e resgate, no estado da Virginia (EUA). De lá para cá outros cursos se sucederam e os contatos com a equipe de instrutores norte-americanos se multiplicaram. Ocorreu também a formação de um grupo de pessoas interessadas em desenvolver tal atividade e  a seleção de animais e a organização de treinos e reuniões viabilizaram o inicio dos trabalhos. Surge daí o GBR-Sul Paulista (Grupamento de Busca e Resgate – Sul Paulista), formado inicialmente, por uma equipe de quatro treinadores e outros tantos figurantes, além de três cães da raça Blood Hound. Em relação a estes, tudo começou com a cadela Hope, seguida dos irmãos Bruno e Ogra. Hoje outros animais se candidatam ao trabalho: A Labradora Eifel, as pastoras alemãs Fada, Drica e Alpha , o Border Collie Balu, e, recentemente, o Bloodhound Toby. A seleção é rigorosa e os animais têm que provar suas aptidões a cada nova fase de treino e trabalho.
Ana Beatriz Albernaz nos Estados Unidos,
durante o curso na Virginia em 2004

Ana Beatriz Albernaz, José Luis Vetorazzo, Keila Arruda e os cães Ogra e Bruno

O Objetivo do GBR
Ao ter uma pessoa querida desaparecida, você vai desejar o auxílio de profissionais em busca e resgate bem equipados e bem treinados. O GBR sul paulista se dedica ao treinamento de envolvidos em busca em resgate que  possam vir em encontro às suas expectativas.
O propósito desse grupamento é exclusivamente voluntário e educacional. Os principais meios de obter esses propósitos são:

  • Prover, como benefício à população, cães treinados para auxiliar a busca e resgate de perdidos, desaparecidos e pessoas suspeitas, dia e noite, em qualquer condição em que seja possível a operação com cães.
  • Desenvolver, continuamente, o treinamento de cães, treinadores e pessoal de suporte para garantir a eficiência operacional de grupamentos de resgate.
  • Promover a apreciação pública dos cães de busca e resgate.
  • Educar a população quanto às medidas preventivas a serem tomadas para evitar acidentes e desaparecimentos em áreas de risco, e como agir em casos de emergência.
Utilizando o universo da cinofilia como meio difusor de valores e conceitos de cidadania, saúde, afetividade, valorização pessoal, profissionalismo, entre outros, o grupamento realiza, mediante solicitação das entidades educacionais, Work-shops e palestras que envolvem informações variadas, brincadeiras e, obviamente, contato direto com os animais. Tratamos, ainda, da divulgação de medidas preventivas de acidentes e desaparecimentos em áreas de risco; ecologia e preservação ambiental.
Breves relatos de ações no Exterior
Depois da morte de sua prima, de 9 anos, portadora de Síndrome de Down, no inicio dos anos 80, há menos de 2 Km de sua casa, o casal norte-americano Meanses , resolveu iniciar os trabalhos de treinamento e formação do grupamento de resgate “ Red Rose K-9 Search and Rescue Team” . Atualmente, eles recebem mais de 40 chamadas por ano, que buscam o auxilio para a solução de casos policiais e de resgate de desaparecidos.O grupo já encontrou crianças e adultos desaparecidos e provas conclusivas em casos de assassinatos e resgate na tragédia do onze de setembro em NY.
Sempre disponíveis para tais ações, também participam de projetos educacionais em sua comunidade, envolvendo jovens e crianças das escolas públicas, através de palestras e atividades de campo.
Outro ponto de destaque é o caráter voluntário de suas atividades, o grupo é mantido por doações e, principalmente, pelo esforço dos próprios integrantes da equipe.
“Você não faz dinheiro fazendo isso” -  afirma o casal. “ Mas, se um cão encontrar apenas uma pessoa, na vida, todo esforço já foi valido. Vivemos para isso.” Diz, Patty.

Durante uma noite de forte nevasca em New Cumberland, uma senhora idosa desaparece e a policia realiza buscas por toda área. Somente após o derretimento da neve é que o corpo foi encontrado, há alguns metros da casa de Jim e Terri Heck. Sensibilizados com o acontecido, resolveram transformar o seu amor por Bloodhounds em algo mais útil para a comunidade e montaram o grupamento de resgate “Summit Search and Rescue”. Atualmente sempre disponíveis para ajudar a polícia, os bombeiros e a comunidade, em seu último chamado atenderam um caso em que um adolescente foi encontrado deitado em uma poça de sangue, mas quando a polícia chegou ele tinha desaparecido, Terri e seu bloodhound Boone foram ao local e conseguiram encontrar a vítima desmaiada sob um arbusto. A vítima acabou sendo indiciada quando descobriram que estivera bebendo antes de provocar o acidente que o projetou para fora de seu carro. “Boone salvou uma vida e ajudou a combater o crime”, disse o oficial responsável pelo caso. O trabalho do casal Heck também é voluntário, eles não cobram pelas chamadas que atendem. Entre chamadas o grupamento ainda  participa de 70 programas educacionais junto à comunidade, e continua treinando toda semana.
Patriot News 16/05/03

Uma garota de 7 anos de Hampden dada como perdida pela mãe foi encontrada pelo time de bloodhounds brincando no quintal da vizinha, há poucos quarteirões de sua casa. A polícia disse que a garota tinha saído para brincar por  volta de 3:30 pm, e a mãe não conseguiu mais encontrá-la. A mãe procurou pela criança até 5:00 pm, quando chamou a polícia. A polícia, os bombeiros e o time de bloodhounds vasculharam a área. A garota foi encontrada por volta das 6:30 pm, disse a polícia.
O GBR – Sul Paulista tem como uma de suas metas a formação de grupos voluntários por todo país. Os interessados em maiores informações podem contatar o grupo através do email:jlvettorazzo@uol.com.br ou pelo yahoo-grupos: http://br.groups.yahoo.com/group/gbrbrasil
Confira aqui a cobertura do I Seminário Internacional de Treinamento e Condução de Cães 
de Busca e Resgate – VBSAR – Brasil






FONTE: www.dogtimes.com.br

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